As compras de dólares ganharam força no fim da manhã desta sexta-feira, com investidores tomando a moeda americana em meio à intensificação de operações voltadas para a Ptax de fim de mês. Além disso, o mercado segue comprador ainda reverberando comentários feitos ontem pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, os quais foram entendidos como um sinal de que o BC pode acabar com o programa de leilões diários de swap cambial.
Às 12h20, o dólar comercial subia 1,86%, para R$ 2,5745. Na máxima, a cotação foi a R$ 2,5780, maior patamar intradia desde o último dia 19 (R$ 2,5985). No mercado futuro, o dólar para janeiro avançava 1,53%, a R$ 2,5930, enquanto o dólar para dezembro deste ano tinha alta de 1,13%, para R$ 2,5600.
A expectativa de que o BC encerre o programa de leilões diários de swap cambial tradicional, em curso desde agosto de 2013, tomou corpo ontem depois de Tombini dizer que o estoque de mais de US$ 100 bilhões em contratos de swap cambial existentes já atende “de forma significativa” a demanda por proteção cambial da economia. Tombini, no entanto, deixou claro que os papéis em circulação continuarão sendo rolados, de acordo com a demanda do mercado e por prazo indefinido.
As palavras de Tombini sinalizaram que o BC quer evitar aumentar o estoque de swaps, atualmente em US$ 105,77 bilhões. Há dois canais pelos quais o BC pode parar de elevá-lo: diminuir as rolagens e/ou interromper a “ração” diária. Como Tombini destacou que as rolagens continuarão sendo feitas de acordo com a demanda do mercado, investidores passaram a colocar mais fichas no encerramento do programa de swaps, em curso desde agosto de 2013.
A expectativa pelo fim do programa é reforçada ainda pela perspectiva de que a nova equipe econômica promova uma retomada da credibilidade e arrume as contas fiscais. Somado a isso, o BC reforçou ontem que “não será complacente com a inflação” e que “a política monetária deverá se manter especialmente vigilante”.
Na leitura do mercado, a autoridade monetária deve continuar elevando os juros, o que daria mais espaço para o real absorver eventuais impactos com o fim do programa de swaps.
Não bastassem fatores domésticos, o dólar sobe no Brasil também pelo exterior, onde a moeda americana tem alta generalizada contra divisas relacionadas às commodities, em meio a mais um dia de fraqueza nos preços do petróleo.
O dólar canadense caía 0,52%, o dólar australiano perdia 0,21%, e a coroa norueguesa tinha baixa de 0,75%. O rublo russo retrocedia 0,43%, a 49,3091 rublos, após mais cedo ter tocado uma mínima recorde próxima de 50 rublos.
O peso mexicano, a lira turca e o rand sul-africano se depreciavam entre 0,13% e 0,50%.